Para montar uma carteira de investimentos é necessário ter clareza quanto ao objetivo: reserva de emergência, carro, viagem, aposentadoria, etc. Nesse sentido, o prazo planejado para utilizar os recursos é fundamental, auxiliando na decisão da estratégia ideal e na escolha dos ativos que irão compor a carteira.
Fazendo um paralelo com o futebol, uma das maiores paixões do brasileiro, a carteira de investimentos funciona como um time, deve-se estudar e definir a melhor estratégia para vencer o campeonato e escolher os melhores jogadores para colocar em campo esta estratégia.
No futebol, a função de estabelecer a estratégia cabe ao técnico, que tem como principal tarefa definir o esquema tático e escolher os melhores jogadores para que suas ideias sejam colocadas em prática. O objetivo é que a união entre o esquema tático ideal e os melhores jogadores formem um time vencedor, que levantará a taça ao final do campeonato.
O técnico também deve ter muita confiança de que sua estratégia o consagrará campeão, afinal, não ganhará todas as partidas e sofrerá uma enorme pressão da torcida durante o campeonato.
Em uma partida, com a definição do esquema tático, será feito o desenho da estratégia. Esta decisão indicará quais posições terão mais jogadores, ou seja, se o time pretende jogar de forma defensiva, equilibrada ou no ataque. Importante salientar que, independentemente do esquema definido (3-5-2, 4-3-3, 4-4-2 etc.), é evidente que nenhum time joga só com atacantes ou zagueiros, devem existir jogadores em todas as posições, variando a quantidade em cada uma delas, a depender da estratégia definida.
Vale salientar ainda que não existe um esquema perfeito e sim um ideal, como se pretende jogar o campeonato, de acordo com as ideias do técnico e os jogadores que estão à disposição.
Ao analisar os desafios de um técnico de futebol percebemos que são muito parecidos com os de um investidor. Como investidores, a primeira atitude que devemos ter ao montar uma carteira de investimentos é definir a estratégia a ser seguida. A estratégia tem relação com o risco que pretendemos correr, afinal, este é o único ponto que se tem controle prévio. Não se pode ter certeza de como o mercado irá se comportar no futuro, portanto, é preciso estar preparado para um cenário positivo ou negativo.
Nesse sentido, a escolha das classes de ativos que irão compor a carteira é muito importante. A decisão do quanto será alocado em renda fixa, multimercados e/ou ações irá depender das perspectivas do mercado e representa a expectativa de retorno da carteira, seja positiva ou negativa, a depender do cenário futuro.
Pesquisas indicam que cerca de 90% da atribuição de retorno de uma carteira de investimentos é proveniente da decisão de alocação estratégica, o restante vem da escolha dos ativos finais (Fundos e Títulos) e/ou movimentos táticos de balanceamento da carteira durante o período. Portanto, é fundamental focar a atenção na estratégia definida para a carteira de investimentos e alinhá-la ao objetivo (prazo) para utilização do recurso.
Uma alocação estratégica de uma carteira de investimentos bem feita irá proporcionar a otimização do retorno e o aumento da probabilidade de sucesso. Nesse sentido, a diversificação é fundamental, uma vez que cada classe de ativo deverá cumprir o seu papel na carteira, dependendo do peso que foi dado a cada uma delas. Portanto, ao montar uma carteira de investimentos estude o comportamento histórico de cada classe de ativos e convoque a seleção dos investimentos que estejam alinhados e permitam o alcance dos seus objetivos.
Planeje e seja feliz!
*Renan Lima é graduado em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Especialista em Economia Comportamental pela ESPM e Planejador Financeiro CFP®. Atuou no Financial Times Group – Merger Market, em Londres, Inglaterra e Trainee nas Lojas Riachuelo S.A.. Foi membro do Instituto Líderes do Amanhã, Cindes Jovem (entidade sem fins lucrativos do Sistema FINDES), Laboratório Estudar, programa de formação de lideranças da Fundação Estudar e Professor na Fucape Business School, entre as 10 melhores faculdades do país. Atualmente, é sócio da Alphamar Investimentos, Embaixador e membro da Comissão de Advocacy da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).