Contar com profissionais de investimentos é uma forma de conhecer melhor as oportunidades do mercado e receber orientações relevantes para ajudar na construção do seu patrimônio. Porém, a forma tradicional de remuneração deles pode gerar conflitos de interesses, em alguns casos. Essa questão motiva o crescimento do modelo conhecido como fee based.
Essa é uma alternativa que tem se tornado cada vez mais popular nos Estados Unidos, tendo a preferência de boa parte dos investidores. No Brasil, o modelo também tem se consolidado, o que torna ainda mais relevante entender como ele funciona.
Na sequência, você descobrirá o que é a remuneração fee based e como ela pode ajudar a investir sem conflitos de interesses.
Confira!
Fee based: como esse modelo funciona?
O modelo fee based nos investimentos se baseia na cobrança baseada em uma taxa fixa, acordada entre o cliente e o profissional de investimentos. Normalmente, essa taxa incide sobre todo o patrimônio investido.
Então o cliente sabe o quanto pagará para investir determinada quantia, considerando os serviços do profissional escolhido — como um consultor ou planejador financeiro. Esse modelo se diferencia da versão baseada nas taxas oferecidas pelas instituições financeiras e distribuidoras de investimento.
Na modalidade convencional, cada produto de investimento pode gerar um percentual de remuneração para o profissional. Isso ocorre porque, normalmente, a remuneração depende da taxa de corretagem ou da porcentagem repassada aos profissionais.
Porém, o investidor não tem participação nessa definição de valores. Nesse caso, apenas o profissional sabe o quanto receberá caso o cliente invista a cada alternativa que indica.
Por que o modelo fee based é livre de conflitos de interesse?
Como você entendeu, o modelo fee based prevê a cobrança de uma taxa fixa e pactuada entre o investidor e o profissional do mercado financeiro. Por causa disso, é comum dizer que essa modalidade é livre de conflitos de interesse.
O motivo principal está na mecânica do modelo por comissionamento. Nessa alternativa, investimentos diferentes costumam oferecer remunerações distintas. Mas nem sempre o que é mais rentável para o profissional é o mais adequado para o investidor.
Isso pode fazer com que haja a recomendação de investimentos que não estejam alinhados ao perfil de investidor ou aos objetivos financeiros de uma pessoa. Nesse caso, a apresentação da alternativa poderia ocorrer porque ela gera a melhor remuneração ao profissional.
No entanto, o investidor costuma não conhecer essa dinâmica e tende a escolher a alternativa apresentada — muitas vezes, sem saber que ela pode não atender ao que ele espera alcançar ou para os riscos que está disposto a correr.
Logo, é possível que exista um conflito entre os melhores interesses do investidor e do profissional. Ainda que essa não seja uma ação deliberada, buscando a maior remuneração, o profissional pode fazer recomendações enviesadas — mesmo sem perceber.
Entretanto, quando esse cenário se consolida, há um ponto de atenção: aqui o cliente não estaria recebendo o apoio necessário para atingir seus objetivos.
Como o modelo fee based vem evoluindo?
Conforme os investidores se tornam mais conscientes sobre as taxas que pagam e a remuneração dos profissionais do mercado, mais o modelo fee based se torna relevante. Isso se deve ao fato de ele ser livre de conflitos de interesses, como você viu.
A pesquisa Cerulli Edge — U.S. Advisor Edition, de 2021, traz informações relevantes nesse sentido. Em 2011, cerca de 35% dos investidores compreendiam as taxas que pagavam por serviços de aconselhamento financeiro. Em 2020, esse número passou a ser de 55%.
Diante desse nível aumentado de compreensão, o fee based ganhou mais atenção. A mesma pesquisa identificou que 61% dos investidores americanos entrevistados preferem uma remuneração fee based, contra 39% que optam pelo comissionamento.
Com a chegada de novas gerações ao mercado financeiro, faz sentido esperar que esse modelo se torne cada vez mais comum. O amadurecimento do mercado brasileiro também reflete esse movimento que já vem se consolidando nos EUA.
Esse fator se deve, também, às mudanças regulatórias previstas. Para 2023 e 2024, há a expectativa de implementação da Resolução nº 178 e da Resolução nº 179, ambas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
As novas regras se relacionam aos profissionais de investimentos e incluem, entre outros pontos, definições sobre a remuneração deles. Uma das principais mudanças envolve a possibilidade de os investidores saberem quais foram as remunerações pagas, comparando-as com os custos para investir.
A determinação poderá aumentar a consciência sobre os impactos das comissões. Como resultado, a tendência é que haja um estímulo à adoção do modelo fee based.
Quais as vantagens para o investidor?
Até aqui, você aprendeu que um dos benefícios do modelo fee based é que ele não apresenta conflito de interesses. Além disso, existem outros pontos positivos que você deve considerar e que justificam o crescimento dessa forma de remuneração no mercado financeiro.
Descubra quais são essas vantagens do fee based!
Maior transparência
Um dos principais benefícios de escolher o modelo fee based se relaciona à transparência na relação com os profissionais do mercado financeiro. Afinal, o cliente sabe exatamente o quanto paga ao profissional e como ele é remunerado.
Isso ajuda a evitar problemas, como ruídos de comunicação, e diminui os riscos de haver um grau de desconfiança por parte do investidor. Como consequência, é possível fortalecer o relacionamento, o que pode gerar uma parceria mais vantajosa para ambos.
Autonomia e possibilidade de negociação
Outro ponto positivo é que o fee based permite ao investidor ter maior autonomia para negociar. Afinal, ele pode definir junto ao investidor qual será a taxa fixa cobrada sobre o patrimônio investido.
No geral, essa é uma forma de fazer acertos mais justos e vantajosos, tanto para quem investe quanto para quem atua profissionalmente. Dependendo da necessidade, há como renegociar os termos de modo claro.
Tomada de decisão informada
Como esse modelo de cobrança não tem conflito de interesse, quem investe tem a certeza de que recebeu as melhores recomendações para as suas características e estratégia. Então a tomada de decisão se torna mais informada e consciente.
É possível tirar dúvidas e aprender mais sobre o mercado e sobre o que faz sentido para o investidor, conforme as preferências individuais. Assim, o cliente fica mais preparado para avaliar o próprio portfólio e fazer outras escolhas no futuro.
Após conferir essas informações, você descobriu como funciona a remuneração do tipo fee based e como ela pode ajudar a eliminar o conflito de interesses. Com esse conhecimento, é fácil entender por que ela tem se popularizado no mercado dos EUA e no Brasil.
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